O Brasil é o maior produtor mundial de laranja, o estado de São Paulo é líder em produção e exportação mundial de suco, num setor que movimenta um valor bruto de produção na ordem de R$ 14 bilhões, por ano.
Nos pomares brasileiros, mais de 90% das cultivares copa e porta enxertos são cultivares IAC. Os maiores desafios da citricultura brasileira são a sustentabilidade e controle do Huanglongbing (HLB) ou Greening, sendo assim, no Centro de Ciência para o Desenvolvimento (CCD_CROP), para a cultura dos citros todo o esforço será em busca de soluções sustentáveis para esta doença, visto que não existem, até o momento, variedades tolerantes.
As equipes vão concentrar esforços na tecnologia de tesoura genética, conhecida por CRISPR, para silenciar genes da planta associados à suscetibilidade ao HLB. Espera-se, ao final de cinco anos, ter uma planta editada por CRISPR com as características de tolerância ao HLB, qualidade de fruta, aspecto e sabor desejados. Em estudos prévios, a equipe já identificou quais genes são realmente importantes para serem editados através da tecnologia CRISPR.
Uma outra linha de atuação será o uso de porta-enxertos citrandarins (híbridos de tangerinas com Poncirus trifoliata), obtidos no programa de melhoramento de citros do IAC. Esses materiais têm tolerância ao HLB, isto é, reduzem o impacto da doença, além de diminuírem o tamanho da copa da planta, característica muito demandada pelo setor citrícola para reduzir a quantidade de insumos usados na agricultura. A seleção prévia das variedades de porta-enxertos ananicantes, com resultados em campo, a exemplo da identificação de genes, transpõe etapas laboriosas e demoradas e contribuem bastante para o êxito do projeto. Isso porque, como os citros são perenes, são necessários quatro anos, após o plantio, para iniciar as avaliações; e outros quatro anos para analisar as performances completas.
Dentre os benefícios que as pesquisas trarão, estão a disponibilização de variedades copa e porta-enxertos mais tolerantes ao HLB. A ideia central é potencializar a resistência ao HLB usando variedades comerciais de copas editadas para tolerância ao HLB enxertados nos porta-enxertos “elite” previamente selecionados.
Novas tecnologias deverão ser desenvolvidas, possibilitando o manejo sustentável da citricultura, com menor aplicação de defensivos agrícolas, melhores condições de trabalho aos trabalhadores rurais e utilização de colheita mecanizada, quando possível. Essas soluções contemplam benefícios sociais, ambientais e econômicos a agricultura.
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